segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Piano




Piano






  O piano é amplamente utilizado na música ocidental, no jazz, para a performance solo e para acompanhamento. Embora não seja portátil, o piano é um instrumento versátil, uma das características que o tornou um dos instrumentos musicais mais conhecidos pelo mundo. É um ótimo instrumento para melhorar a coordenação motora e para fazer acompanhamentos com quase todos os tipos de instrumentos, sendo possível tocar vários gêneros musicais e ritmos.
       Na Timbres, as aulas de piano podem ser iniciadas tanto no teclado, quanto no próprio piano. O aluno irá conhecer as notas, processo de leitura, exercícios de coordenação motora (mão direita e esquerda), músicas mais simples e a formação de acordes. As aulas são divertidas e descontraídas e o aluno pode trazer suas músicas prediletas para aprender a tocá-las durante as aulas. Mas o professor sempre irá trazer novidades como novos exercícios, técnicas e novos estilos musicais para serem aprendidos.   

Piano

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Piano
Steinway Vienna 011.JPG
Classificação
Hornbostel-Sachs
Extensão
Range of piano.svg
Instrumentos relacionados Clavicórdio
Cravo
Espineta
Órgão eletrônico
Pianola
Saltério
Virginal
O piano[1] (apócope derivado do italiano pianoforte) é um instrumento musical de cordas, pelo sistema de classificação de Hornbostel-Sachs.[2]
O som é produzido por peças feitas em madeira e cobertas por um material (geralmente feltro) macio e designados martelos, e sendo ativados através de um teclado, tocam nas cordas esticadas e presas numa estrutura rígida de madeira ou metal. As cordas vibram e produzem o som. Como instrumento de cordas percutidas por mecanismo ativado por um teclado, o piano é semelhante ao clavicórdio e ao cravo. Os três instrumentos diferem no entanto no mecanismo de produção de som. Num cravo as cordas são beliscadas. Num clavicórdio as cordas são batidas por martelos que permanecem em contacto com a corda. No piano o martelo afasta-se da corda imediatamente após tocá-la deixando-a vibrar livremente.[3]
Teve a sua primeira referência publicada em 1711, no "Giornale dei Litterati d'Italia" por motivo da sua apresentação em Florença pelo seu inventor Bartolomeo Cristofori. A partir desse momento sucede-se uma série de aperfeiçoamentos até chegar ao piano atual. A essência da nova invenção, residia na possibilidade de dar diferentes intensidade aos sons e por isso recebeu o nome de "piano-forte" (que vai do pianíssimo ao fortíssimo) e mais tarde, reduzido apenas para piano. Tais possibilidades de matrizes sonoras acabaram por orientar a preferência dos compositores face ao clavicêmbalo.[4]
Os pianos modernos, embora não se diferenciem dos mais antigos no que se refere aos tons, trazem novos formatos estéticos e de materiais que compõem o instrumento. Um piano comum tem, geralmente, oito lás, oito sis bemóis, oito sis, oito dós, sete dós sustenidos, sete rés, sete mis bemóis, sete mis, sete fás, sete fás sustenidos, sete sóis e sete sóis sustenidos, formando um total de 88 notas musicais[5]. Se for um de 97 notas musicais, do tipo Bösendorfer 290, ele terá nove dós, oito dós sustenidos, oito rés, oito mis bemóis, oito mis, oito fás, oito fás sustenidos, oito sóis, oito sóis sustenidos, oito lás, oito sis bemóis e oito sis.
O piano é amplamente utilizado na música ocidental, no jazz, para a performance solo e para acompanhamento. É também muito popular como um auxílio para compor. Embora não seja portátil e tenha um alto preço, o piano é um instrumento versátil, uma das características que o tornou um dos instrumentos musicais mais conhecidos pelo mundo.[6]

Tipos de piano

Existem duas versões do piano moderno: o piano de cauda e o piano vertical (piano armário).
Piano de cauda
Piano vertical
O piano de cauda tem a armação e as cordas colocadas horizontalmente. Necessita por isso de um grande espaço pois é bastante volumoso. É adequado para salas de concerto com tetos altos e boa acústica. Existem diversos modelos e tamanhos, entre 1,8 e 3 m de comprimento e 620 kg. Pianos excecionais : todos os fabricantes fazem piano pianos excecionais (artcase), alguns são apenas decorações ou mudanças dramáticas nos atuais (pés trabalhados, pintura, capa) são outras alterações radicais como o Pegasus] por Schimmel ou o M. Liminal projetado por NYT Line e composto por Fazioli.[6]
O piano de armário tem a armação e as cordas colocadas verticalmente. A armação pode ser feita em metal ou madeira. Os martelos não beneficiam da força da gravidade.[6]
Pode considerar-se um outro tipo de piano: o piano automático ou pianola. Trata-se de um piano com um dispositivo mecânico que permite premir as teclas numa seqüência marcada num rolo.
Alguns compositores contemporâneos, como John Cage, Toni Frade e Hermeto Pascoal, inovaram no som do piano ao colocarem objetos no interior da caixa de ressonância ou ao modificarem o mecanismo. A um piano assim alterado chama-se piano preparado.
A Família Real portuguesa incentivou o uso do pianoforte no Brasil.

Mecanismos

Teclado

Teclas do piano
Praticamente todos os pianos modernos têm 88 teclas (sete oitavas mais uma terça menor, desde o lá0 (27,5 Hz) ao dó8 (4.186 Hz)). Muitos pianos mais antigos têm 85 teclas (exatamente sete oitavas, desde o lá0 (27,5 Hz) ao lá7 (3.520 Hz)). Também existem pianos com oito oitavas, da marca austríaca Bösendorfer. As teclas das notas naturais (, , mi, , sol, e si) são brancas, e as teclas dos acidentes (dó ♯, ré ♯, fá ♯, sol ♯ e lá ♯ na ordem dos sustenidos e as correspondentes ré ♭, mi ♭, sol ♭, lá ♭ e si ♭ na ordem dos bemóis) são da cor preta. Todas são feitas em madeira, sendo as pretas revestidas geralmente por ébano e as brancas de marfim, já em desuso e proíbido no mundo, ou de material plástico.

Pedais

Os pianos têm geralmente dois ou três pedais, sendo sempre o da direita o que permite que as cordas vibrem livremente, dando uma sensação de prolongamento do som. Permite executar uma técnica designada legato, como se o som das notas sucessivas fosse um contínuo. Compositores como Frédéric Chopin usaram nas suas peças este pedal com bastante frequência.
O pedal esquerdo é o chamado una corda. Despoleta nos pianos de cauda um mecanismo que desvia muito ligeiramente a posição dos martelos. Isto faz com que uma nota que habitualmente é executada quando o martelo atinge em simultâneo três cordas soe mais suavemente pois o martelo atinge somente duas. O nome una corda parece assim errado, mas nos primeiros pianos, mesmo do inventor Cristofori, o desvio permitia que apenas uma corda fosse percutida. Nos pianos verticais o pedal esquerdo consegue obter um efeito semelhante ao deslocar os martelos para uma posição de descanso mais próxima das cordas.
O pedal central, chamado de sostenuto possibilita fazer vibrar livremente apenas a(s) nota(s) cujas teclas estão acionadas no momento do acionamento dos pedais. As notas atacadas posteriormente não soarão livremente, interrompendo-se assim que o pianista soltar as teclas. Isso possibilita sustentar algumas notas enquanto as mãos do pianista se encontram livres para tocar outras notas, o que é muito útil ao realizar, por exemplo, passagens em baixo contínuo. O pedal sostenuto foi o último a ser incrementado ao piano. Atualmente, quase todos os pianos de cauda possuem esse tipo de pedal, enquanto entre pianos verticais ainda há muitos que não o apresentam. Muitas peças do século XX requerem o uso desse pedal. Um exemplo é "Catalogue d'Oiseaux", de Olivier Messiaen.
Em muitos pianos verticais, nos quais o pedal central de sostenuto foi abolido, há no lugar do pedal central um mecanismo de surdina, que serve apenas para abafar o som do instrumento.

SP

Recentemente os chamados pianos elétricos passaram por uma grande evolução. São chamados de SP (Stage Piano ou piano de palco). Têm exatamente o mesmo número de teclas do piano acústico e aproximam-se cada vez mais do seu som, onde nos mais atuais, possuem ate timbres de gravações de alta fidelidade dos mais famosos pianos acústicos do mundo, entre eles o Steinway, Yamaha, Bosendorfer, etc. Muitos possuem ainda sons de outros instrumentos musicais, como no caso dos teclados eletrônicos. O 'som' do piano elétrico é na verdade uma gravação do 'som autêntico' de um piano acústico, com amostras sonoras chamadas de "samples". Suas teclas são 'sensitivas', pois simulam a intensidade sonora do piano convencional. Muitas vezes, nesse grupo do conjunto timbres, teclas e funções, não deixam nada a desejar em relação a algumas marcas de pianos acústicos. Hoje a popularização desses SP é muito grande no mundo face aos preços mais acessíveis e grande poder de transporte.

A afinação de um piano

«Os afinadores de piano não afinam; desafinam-no (temperam-no) de uma maneira controlada»
Os martelos e as cordas do piano
Não é possível num instrumento com teclado ou com trastos obter quintas, terças e oitavas todas «justas» no sentido físico do termo, ou seja, perfeitamente consonantes. Em outras palavras, se forem afinadas todas as quintas sem batimento, haverá batimentos para a oitava. E as terças não serão justas. Para chegar a oitavas perfeitas o afinador tem que encurtar uma ou mais quintas. O temperamento de uma escala é exatamente o ajuste dos intervalos entre as notas, afastando-os do seu valor natural «harmônico», para fazer com que os intervalos caibam numa oitava.
No sistema de temperamento igual, que (geralmente) é o adotado atualmente no ocidente, os intervalos de quinta, terça e quarta não são perfeitamente consonantes. Mas o seu batimento é bem suportável e o ouvido contemporâneo já se habituou a ele. Só as oitavas são perfeitas. As quartas aumentadas (ou quintas diminutas) ainda que não sejam consonantes, também tem seu valor harmônico exato.
Hoje em dia, depois de afinarem bem cada quinta, os afinadores encurtam-na ligeiramente temperando-a até que se ouça uma flutuação distinta de volume que tem um som «ondulante» - o que se chama um batimento. Na oitava central do piano, as quartas e quintas devem soar com aproximadamente um batimento (uma ondulação) por cada dois segundos, enquanto as terceiras maiores e as terceiras menores devem criar aproximadamente três batimentos por segundo.
Exceto as oitavas, nenhum outro intervalo fica a soar «puro» acusticamente, embora a impureza seja suficientemente fraca para ser tolerável pelo ouvido. Mas só assim é possível conseguir que uma mesma melodia tocada em várias tonalidades soe do mesmo modo.
Além disso, os bons afinadores de piano aumentam as oitavas nos graves e nos agudos, para terem em conta as características da perceção auditiva humana. O que acontece é que o material com que são feitas as cordas provoca a existência de harmônicos ligeiramente mais elevados do que os que correspondem a razões de inteiros, o que faz com que uma oitava só soe bem se for ligeiramente aumentada («stretched octave»). Tipicamente, as oitavas mais graves acabam por ficar cerca de 35 cents mais curtas e as mais agudas 35 cents mais longas do que a oitava central. O efeito é menor num piano de cauda, por ter cordas mais longas.
E não se deve de fato usar um temperamento igual nos agudos. Porque, com um temperamento igual, se executarmos passagens menos rápidas nas regiões agudas, usando terças, já surgem cerca de 40 batimentos por segundo o que cria uma espécie de linha de baixo fundamental abominável, muito perto do verdadeiro baixo, que soa como se estivesse a ser tocada num instrumento desafinado.
É de referir que um piano normalmente fica, pelo menos, ligeiramente desafinado quando é transportado ou quando é sujeito a fortes correntes de ar.

Algumas curiosidade

Resumo do mestre Newton Freitas (com acréscimos): Um afinador de pianos é em parte cientista, em parte artista e em parte psicólogo. Um cientista, pois deve conhecer os fundamentos físicos da harmonia e da dinâmica de propagação das ondas. Um artista, pois deve ter o toque seguro de um excelente músico ao utilizar seus instrumentos. Um psicólogo, pois deve conhecer e deve saber definir as necessidades de seus clientes.
Mas essas são características desejáveis, pois a característica indispensável ao afinador é ter um bom ouvido: é ter a capacidade de discernir as variações mínimas dos sons produzidos em toda a extensão do teclado, desde as notas graves (a partir de 30 ciclos por segundo) até o ponto culminante das notas agudas (mais de 4.000 ciclos). Até os 25 anos de idade, a pessoa pode aprender as infinitas sutilezas dos sons.
Destinada a “colocar o piano no tom”, a afinação é um processo com o objetivo de colocar todos os elementos do piano num ponto de equilíbrio (em primeiro lugar, o tom correto; depois, a voz agradável, responsável pela sonoridade própria, variável de acordo com o lugar); é um processo extremamente complexo, pois um piano, um instrumento nada prático, tem mais de duzentas cordas e cada uma delas deve estar afinada num determinado tom.
Cada tom, por sua vez, deve relacionar-se com os tons das outras cordas, de forma a produzir, em toda a extensão do teclado, uma série de tons com intervalos regulares, desde a extremidade grave até a extremidade aguda.
Quando um afinador ajusta as notas de um piano, ele altera, com muita precisão, a tensão de cada corda girando a cravelha à qual ela se prende em uma de suas extremidades, até alcançar o tom desejado, mais agudo ou mais grave. A mão esquerda pressiona as teclas enquanto a mão direita gira as chaves de afinação.
Com um bom ouvido e mão certeira, um bom afinador não leva mais de uma hora ou hora e meia para deixar o piano afinado. Um bom afinador não é chamado de volta pelo cliente pouco depois, observa Luc, restaurador e comerciante de pianos usados em Paris (Luc só vende pianos a comprador recomendado por cliente. Tem por norma convidar o comprador para experimentar, tocar e examinar os instrumentos; depois, deixa-o decidir por si mesmo).
Os pianos com cravelhames (suporte das cravelhas) totalmente de metal mantêm a afinação por muito mais tempo (as cravelhas, inseridas nos cravelhames, retesam as cordas).
Um piano novo precisa de um período de maturação durante o qual ele não apenas se aclimata ao ambiente, como se adapta ao estilo e à freqüência de uso. As correntes de ar não fazem bem algum, mas a exposição direta ao calor é a morte, ensina Luc.
Um piano bem tocado, com freqüência, quase sempre atinge um equilíbrio perfeito e sua sonoridade ótima em poucos anos. Se for bem cuidado, continuará a responder adequadamente durante muitas décadas, até mesmo por várias gerações. Mas os pianos, de um modo geral, começam a deteriorar lentamente depois de um período inicial de amadurecimento. Há pianos vivos, para serem tocados, e há pianos para museus.
Em razão desse processo de vida, um concertista quer sempre tocar num instrumento no apogeu de sua transitória existência, devidamente sazonado e amaciado, além de mecanicamente perfeito. Essas condições só se mantêm durante uns poucos anos, na melhor das hipóteses. Na maioria das salas de concerto, os pianos são alugados. O piano alugado pode sempre ser substituído por outro em melhores condições.
O piano deve sempre ser tocado. É melhor ser mal tocado a não ser tocado. O piano assemelha-se bastante a um organismo vivo com necessidade de estímulos para o todo funcionar harmonicamente.
Quando é tocado, todas as suas partes estão sujeitas a vibrações e, ao longo do tempo, o efeito dessas vibrações no conjunto das partes é mais ou menos uniforme: as cravelhas apóiam-se de certa forma no bloco de cravelhas; os martelos respondem às teclas de maneira regular; o tampo harmônico se flexiona e vibra dentro dos limites esperados.
Se não for tocado, nenhuma das partes se move e o único fator atuando sobre o todo é o processo longo e lento de deterioração, agravado com as mudanças de temperatura e umidade, além da pressão constante das cordas retesadas.
Luc reconhece num piano usado: se o piano foi muito tocado ou não; se o ambiente onde esteve tinha o nível correto de umidade (uma regra de ouro); se havia criança na casa; e até mesmo se foi transportado em navio recentemente (a pior coisa possível de ocorrer com um piano).
Quando um piano é transportado para um ambiente diferente, ele sofre o choque da mudança. A mudança influi na madeira, a qual absorve quantidades diferentes de umidade, e nos pinos de afinação, os quais saem do lugar. O piano exige um certo tempo para aclimatar-se a um novo ambiente. O processo de aclimatação leva provavelmente alguns meses, até as várias peças de madeira e os encaixe começarem a respirar com um todo. Nessa fase, o piano requer uma série de afinações sucessivas para chegar ao tom desejado; é de se esperar o piano perder a afinação em pouco tempo.
Cada piano tem características absolutamente individuais, mesmo quando comparado a outros da mesma marca e da mesma idade, diz Luc.
Os pianos modernos têm 88 teclas: as “naturais” (brancas) e as “acidentais” (pretas). Pressionando-se uma tecla, uma nota é tocada e produz um som puro com um ponto de referência fixo expresso em vibrações por segundo, o mesmo para todos os pianos. A tecla faz mover o martelo e o martelo golpeia uma corda ou geralmente mais de uma corda: são 88 teclas para mais de 200 cordas, todas esticadas entre dois pontos, com bastante tensão. As vibrações da corda produzem um som correspondente a uma nota específica. Quanto maior a tensão, melhor. A tensão afeta diretamente tanto o volume quanto a qualidade da nota.
Muitos pianistas, principalmente os concertistas, preferem o teclado de marfim, porque, segundo eles, absorve o suor dos dedos e é mais suave ao toque em relação aos seus substitutos à base de polímetros. Com o tempo, o marfim das teclas fica amarelado. A utilização do marfim nos teclados foi proibida na década de 80.
A simples vibração das cordas de um piano produz um som fraco e de pouca ressonância. O tampo harmônico, uma placa de madeira grande e fina, recebe a vibração das cordas e tanto vibra também como aumenta o som. Quando um piano toca, toda a estrutura de madeira vibra e ressoa de maneira solidária aos sons produzidos pelas cordas.
Bartolomeo Cristofori, fabricante de instrumentos da corte dos Médici, em Florença, é considerado o inventor do piano. Sabe-se da existência de piano desde 1694. A invenção ocorreu em torno do ano de 1700, diz-se por consenso.
Cristofori inventou um meio de fazer uma corda, posta a vibrar, tocar mais alto. Antes, os instrumentos de teclado deixavam a desejar por várias razões: os clavicórdios produziam um som baixo, somente apropriado para ambientes pequenos; os cravos, de maior tamanho, produziam um som mais forte, mas a força com a qual se pressiona a tecla não alterava o volume do som produzido.
O piano trouxe a inovação revolucionária de traduzir o movimento de uma tecla em uma nota de volume variável: uma tecla pressionada com força produz um som forte e claro; pressionada de forma leve produz uma nota suave. O sistema mecânico do piano vem sendo aprimorado, mas, em sua essência, continua o mesmo.
Quando Johann Cristian Bach tocou seu primeiro solo de piano em 1768, na Inglaterra, esse instrumento de teclas já era um triunfo inquestionável. O período barroco cedeu passagem ao clássico e o piano foi o meio perfeito para a nova expressão da música, com a influência de Haydn, Mozart e Beethoven.
A “Hammerklavier” é a mais longa das trinta e duas sonatas de Beethoven para piano. Revelação dos limites extremos da pujança e da expressividade do piano, essa sonata é considerada a de mais difícil execução e sua obra mais visionária. Beethoven, caracterizado pela fúria dispensada aos teclados para sentir as vibrações de sua música, influenciou na manufatura de pianos.
Liszt representa a vanguarda no fenômeno da divulgação do piano. Ele gostava de dar recitais. No início, quando os pianos eram menos resistentes, sem estrutura de ferro, Liszt, ao longo de uma apresentação, poderia destroçar o instrumento utilizado, por força de uma execução não apenas enérgica, mas também obsessiva, avassaladora e arrasadora. Ele costumava ter um ou dois pianos de reserva em seus concertos.
Chopin era o oposto de Liszt em estilo de execução e preferia uma forma mais sutil de tocar. O volume do som não interessava a Chopin, criador de uma técnica revolucionária para revelar sutilezas harmônicas e rítmicas.
O piano de cauda foi imaginado por Cristofori a partir da harpa. O piano de cauda é uma harpa dentro de uma caixa, observou Leigh Hunt.
A diferença de um piano de cauda para um piano de armário é quanto ao plano vertical ou horizontal do tampo harmônico e as cordas em relação ao teclado: no piano de armário, o plano é vertical; no piano de cauda, o plano é horizontal, possibilitando a vantagem de cordas mais longas e sensíveis. Em Paris, devido à área relativamente pequena da maioria dos apartamentos, os pianos de armário são mais procurados e, em conseqüência, são mais valorizados.
O piano oficial da Casa Branca é um “Steinway”, modelo D, de fabricação americana mas de origem alemã, de 1930, com gabinete em mogno natural e três pernas douradas no feitio de águias. Essa marca, de fora da Europa, onde estão os mais renomados pianos do mundo, hoje é uma das mais consagradas com muitas orquestras sinfônicas e teatros no mundo os possuindo, principalmente o "model D concert" fabricado na alemanha. Os pianos da Yamaha japonesa também possuem renomes a altura como o "model C7" também de exaustivo uso nos mais famosos palcos de concerto. Historicamente, Napoleão III deu um belo “Bosendorfer” (austríaco) à sua imperatriz Eugénie. O czar Nicolau ofereceu à sua Alexandra um “Schroeder”. São outras grandes marcas de pianos: a inglesa “Broadwood”, a americana “Chickering”, a alemã “Bechstein”, a austríaca “Stingl”, as francesas “Erard” e “Pleyel”.
A Alemanha, avalia Luc, é o único país ainda a produzir uma grande variedade de pianos e mantém uma tradição de excelência no trabalho artesanal. Basta ver as marcas: Bechstein, Grotrian, Steingraeber, Bluthner, Ibach, Forster, Schimmel, Thurmer, Sauter, Seiler.
Uma das melhores marcas de piano do mundo atualmente é a italiana “Fazioli”. São instrumentos extraordinários, praticamente feitos à mão, com produção limitada, comenta Luc, o qual acrescenta: são os pianos mais caros do mundo; um “Fazioli” de cauda para concertos custa mais de US$ 100 mil. A produção foi iniciada em 1980 sob a condução de Paolo Fazioli, preocupado em dar sonoridade própria aos seus pianos.
Essa sonoridade própria, explica Paolo Fazioli, é viabilizada quando se busca dar equilíbrio a muitos sons, geralmente não ouvidos, de extrema suavidade e de elevada sutileza. A importância desses sons para a sonoridade do piano lembra a capacidade de grandes conhecedores de vinho de apreciar todas as sutilezas de uma grande safra: ninguém precisa saber dessas sutilezas para apreciar um vinho excelente, mas o fabricante do vinho precisa reconhecê-las a fim de aperfeiçoar sua arte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário